Mulheres empreendedoras: quais são as suas dificuldades no mundo dos negócios?

Park Office | 8 de abril de 2016

Empreendedorismo

O número de mulheres empreendedoras que desejam crescer 50% e empregar, pelo menos, 10 funcionário nos próximos 5 anos cresceu em 7% em uma escala global — é o que diz uma pesquisa do instituto norte-americano GEDI.

Mas para que esse sonho se torne realidade, as mulheres empreendedoras enfrentam barreiras sociais e econômicas, fazendo com que o caminho para o sucesso seja ainda mais desafiador.

Entenda melhor o atual cenário do empreendedorismo feminino e alguns dos entraves que ainda existem para que elas cresçam no mundo dos negócios.

QUAIS SÃO AS BARREIRAS QUE AS EMPREENDEDORAS MULHERES ENFRENTAM?

Investimento desigual

Nos últimos anos, o número de mulheres que começaram a empreender cresceu muito, tanto no Brasil como em outros países.

Atualmente, cerca de 30% de todos os negócios privados do mundo são operados ou têm como idealizador uma mulher.

Esse dado serio promissor se não fosse por um fato: apenas uma pequena parcela dessas organizações consegue ser considerada de alto impacto.

Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 2% das empresas lideradas por mulheres geram mais de US$1 milhão em receitas anuais.

Você pode estar se perguntando porque isso acontece. Um estudo com empresas americanas identificou uma das causas: investimento desigual por parte de instituições financeiras.

Menos de 10% das empresas lideradas por mulheres recebem investimento externo. Estimativas mostraram que se essas organizações recebessem uma ajuda financeira igual às dos negócios dirigidos por homens, 6 milhões de empregos seriam gerados em apenas 5 anos.

Desestímulo no mundo empresarial

Além das dificuldades em relação ao investimento, as mulheres também encontram pedras pelo caminho da ascensão dentro do mundo empresarial.

Por mais que 70% dos lideres de negócios concordem que a diversidade de gênero melhora a performance da organização, o número de mulheres em cargos altos dentro de empresas cresceu apenas 5% nos últimos quatro anos.

Esse cenário, consequentemente, também é responsável pela queda na porcentagem de mulheres que desejam crescer dentro das empresas.

Estudos revelam que nos primeiros anos depois de entrarem em uma empresa, cerca de 60% das mulheres apresentam uma vontade de subir de cargo.

Infelizmente esse número cai pela metade à medida que os anos vão se passando e elas não têm suas habilidades reconhecidas.

Depois de aproximadamente 5 anos, essas mesmas mulheres que desejavam ascender de cargo já se conformaram com sua atual posição. Consequentemente por acreditarem que não eram capazes ou não tinham as habilidades necessárias.

Mesmo com 80% dos empreendedores reconhecendo que muito ainda deve ser feito para que as mulheres sintam-se atraídas por cargos de liderança, infelizmente apenas 13% acreditam que essas mudanças vão realmente sair do papel.

Esse desencorajamento no ambiente de trabalho é responsável pelo dado que 43% das mulheres afirmaram que o medo de fracassar é o que faz com que elas não abram suas empresas, comparado com 34% dos homens.

Educação desigual

A educação é outro fator que, direta ou indiretamente, afeta as mulheres na hora de empreender.

Para começar, em diversas partes do mundo, aproximadamente 62 milhões de mulheres são privadas do seu direito ao estudo. É dentro desse ambiente escolar que nós desenvolvemos nossas habilidades pessoas, muita das quais são de extrema utilidade para empreender.

Em uma pesquisa realizada na Austrália, 57% dos homens entrevistados declararam acreditar que tinham as habilidade e conhecimento necessário para abrir um negócio, em comparação com 30% das mulheres.

Outra observação se reflete no quesito de networking, uma vez que as mulheres têm uma probabilidade menor de conhecer pessoas que tenham aberto algum negócio.

Em dados: 42% dos homens são mais propícios a conhecerem pessoas que empreendam nos últimos anos, comparado com 27% de mulheres.

Sexismo

O sexismo, ou seja, a discriminação nos estereótipos de gênero é um fator que pesa desde a sua contratação por uma empresa até a hora que ela deseja abrir seu próprio negócio.

Um estudo realizado nos Estados Unidos demonstrou que as mulheres eram mais contratadas pelas empresas que não pediam fotos nos currículos ou não sabiam o sexo da pessoa que estava analisando. Além disso, as mulheres ainda sofrem julgamentos desiguais em relação aos homens, que são julgados mais competentes em assuntos relacionados a negócios. Essa realidade dificulta para as mulheres conseguirem um ambiente propício para o desenvolvimento dessas habilidades.

Fonte: Endeavor