Empreender em sociedade é um bom negócio?

Park Office | 5 de maio de 2020

Empreendedorismo

Começar um negócio é o sonho de muitos brasileiros. O alto custo de empreender, contudo, afasta muita gente. Ter uma sociedade pode ser a solução, mas ter um parceiro para tocar o negócio não é para todo mundo!

Empreender é seu sonho? Saiba que você não está sozinho, o resultado de uma pesquisa do Sebrae mostra que a ideia de se tornar um empreendedor já está presente bem cedo na mentalidade do brasileiro, tanto que 1 em cada 3 empresários já tinha algum tipo de pensamento nesse sentido antes de completar 18 anos.

De fato, entre os 15 países mais empreendedores do mundo, o Brasil está entre os 10 primeiros na posição mundial.

Isso abre uma possibilidade bastante interessante: há grandes chances de encontrar uma pessoa que embarque nesse projeto e empreender em sociedade junto com você — ou seja, ter um sócio —.

Mas saiba que esta é uma escolha que deve ser feita com muito cuidado. Sociedade é coisa séria: é como se fosse um casamento empresarial, tem que pensar muito antes de trocar alianças — ou, nesse caso, assinaturas —.

Nesse post, você encontra uma breve reflexão sobre a sociedade empresarial. A ideia é te ajudar a pensar se ter um sócio é de fato para você. Aqui responderemos os questionamentos mais frequentes sobre a sociedade empresarial.

  • Por que ter um sócio?
  • Vantagens e desvantagens de ter um sócio
  • Meu negócio vai de vento em popa, devo aceitar um sócio?
  • Enfim, ter ou não ter um sócio?

POR QUE TER UM SÓCIO?

O principal motivo para se procurar um sócio é, geralmente, financeiro: alguém está disposto a tirar uma ideia do papel, mas sozinho não tem os recursos financeiros e assim procura alguém que queira empreender em sociedade.

Nesse caso, um sócio pode dar o aporte de dinheiro necessário para fazer as contas fecharem. Em troca, ele se torna dono de uma parcela do negócio e consequentemente tendo poder de decisão.

Entrar com a sociedade pode ser um atalho para o caminho do sucesso empresarial. PO

Há tambem quem tenha os recursos financeiros, mas não tenha experiência alguma com gestão ou que tema não dar conta do trabalho de criar e gerir uma empresa — acredite, é muito! Nessas situações, o benefício de empreender em sociedade é outro: ter com quem dividir a carga de trabalho dentro da empresa.

À primeira vista parece tudo incrível, não é? Mas antes de começar a fazer telefonemas é preciso estudar a questão da sociedade a fundo, analisando também suas desvantagens na hora de empreender — acredite, elas podem existir!

Investidor anjo

Você já conhece o investidor anjo? O investimento anjo é o investimento efetuado por pessoas físicas com capital próprio que querem empreender em sociedade em empresas nascentes com alto potencia de crescimento (as startups), apresentando algumas características.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DE TER UM SÓCIO

Além dos já citados, a sociedade traz mais alguns benefícios ao empreendedor.

Responsabilidades

  • Melhor tomada de decisões: duas — ou mais — cabeças realmente pensam melhor do que uma. Ter um sócio permite que você debata as decisões da empresa, o que com certeza vai gerar melhores insights;
  • Responsabilidade compartilhada pela tomada de decisões: todas as medidas devem ser fruto de acordo entre os sócios. Assim, a responsabilidade pelas consequências do que for feito é compartilhada;

Visibilidade no mercado

  • Maior suporte para fazer a empresa crescer: ter um sócio com uma pessoa trabalhando junto com você pelo sucesso da empresa é mais um ponto a favor do sucesso do empreendimento;
  • Impressão de estabilidade: clientes geralmente se sentem mais seguros quando veem uma ou duas ou mais pessoas tocando um negócio juntas. É duro trabalhar em equipe, o que torna a sociedade sinônimo de racionalidade, equilíbrio e profissionalismo.

Riscos financeiros

  • Menor risco financeiro: especialistas em investimentos vão te dizer que não é desejável colocar todos os seus recursos em um único produto. Aqui o princípio é o mesmo: junto com as responsabilidades, os riscos financeiros também são compartilhados, diluindo o impacto de eventuais perdas, principalmente no início da empresa.

Entretanto, nem tudo são flores. Quem entra em uma sociedade pode encarar alguns obstáculos, como:

  • Desacordos sobre os rumos da empresa: esse é um dos problemas mais frequentes em sociedades. Todas as decisões devem ser tomadas em conjunto e caso não haja consenso, haverá atritos — ou até mesmo o rompimento da sociedade;
  • Problemas nas relações pessoais: caso você entre em sociedade com um familiar ou amigo pode ser que haja atritos na relação devido às divergências de ideias quanto aos rumos do negócio. É preciso separar o pessoal do profissional para que nenhum relacionamento seja comprometido;
  • Complicações na dissolução: não cansamos de falar que sociedade é que nem casamento. O rompimento é possível, mas como é um processo legal dá trabalho, mesmo que seja fruto de consenso entre os sócios.

MEU NEGÓCIO VAI DE VENTO EM POPA, DEVO ACEITAR UM SÓCIO?

De novo: depende.

Se a sua empresa crescer e se destacar, é natural que candidatos a sócios te procurem com propostas de participação da empresa. Por mais que o aporte financeiro pareça interessante, é preciso estudar não apenas a oferta, mas também a personalidade do sócio em potencial.

Por mais atrativo que pareça, a aceitação de um novo sócio deve ser feita com muita cautela, depois de uma avaliação profunda.

Isso é importante para evitar conflitos devido a diferenças de visão. Não importa se foi você que criou o negócio do zero: em caso de sociedade igualitária, seu parceiro fica em pé de igualdade com você. Assim, se você tem um perfil mais conservador e prefere evitar investimentos arriscados, não vale a pena ter um parceiro que prefira correr riscos: as divergências só vão trazer problemas.

Também é interessante que suas habilidades se complementem. Por exemplo: se você tem grandes conhecimentos técnicos na área na qual pretende empreender, é interessante que o sócio tenha expertise em gestão.

ENFIM, TER OU NÃO TER UM SÓCIO?

Não há uma única resposta para essa pergunta. Entretanto, em algumas situações se percebe claramente que o negócio se beneficiaria de uma sociedade. Alguns exemplos são:

Perfil de empresário

Quando o empreendedor tem uma grande ideia, mas não tem perfil de empresário, ele pode procurar um sócio que tenha. Enquanto ele se ocupa de ter boas ideias, o parceiro com perfil business se encarrega de adequá-las às preferências e necessidades do mercado.

Domínio técnico

O outro lado também é válido: quando o emrpeendedor é essencialmente um administrador, é interessante que ele tenha um sócio que tenha domínio técnino sobre o produto/serviço oferecido pela empresa.

Experiência

Empreendedor de primeira viagem? Uma parceria com alguém mais experiente, que entende melhor o mercado, tem muito a agregar. Você terá muito a aprender com uma pessoa que tem mais anos de mercado.

Investimento

Você tem uma ideia brilhante, mas não tem dinheiro para tirá-la do papel? Não pode ou não quer fazer um empréstimo? A sociedade provavelmente é a melhor saída para você. Encontre alguém que acredite na sua ideia e tenha o valor que falta para colocá-la em prática.

Conclusão Via de regra, especialistas dizem que todas as sociedades são benéficas. Cabe a você estudar as especificidades do negócio, bem como seus pontos fortes e suas limitações enquanto profissional empreendedor.

Fonte: Connectplug