Park Office | 30 de junho de 2022
Advogado
As Redes sociais sólidas no mundo jurídico podem ser ferramentas valiosas para a estratégia de marketing jurídico e comunicação de grande parte dos escritórios de advocacia e advogados, mas é frequente encontrar bancas que investem tempo e dinheiro na internet sem ter uma ideia clara do retorno que estão tendo.
“Redes sociais” é uma expressão que descreve genericamente plataformas online com características bastante diferentes. Dentre elas LinkedIn, Instagram, Facebook, Twitter e YouTube, e como elas podem ser úteis para escritórios de advocacia e advogados, além de seus prós e contras.
As redes sociais podem ser importantes para a sua estratégia de marketing jurídico por duas principais razões:
E o que advogados e escritórios de advocacia podem ganhar com isso, já que, de acordo com as regras da OAB, não podem fazer publicidade ou propaganda com o objetivo de captar clientes? Note que definimos a missão nº 1 do marketing como colocar prestadores de serviços e potenciais clientes “frente a frente”, e não oferecer ou vender serviços.
Desde o antigo Código de Ética (CED) da OAB, publicado em 1995, o advogado pode, sim, fazer propaganda e divulgar os seus serviços, contanto que seja algo discreto e moderado, com finalidade exclusivamente informativa.
Embora o CED tenha sido atualizado em 2015, a essência do capítulo que dispõe sobre a publicidade na área da advocacia permanece a mesma: discrição e sobriedade, sem configurar captação de clientela, tampouco a mercantilização da profissão.
Por fim, o Provimento 205/2021 fala explicitamente sobre a utilização das redes sociais pelo advogado. O documento permite a utilização de tais meios de comunicação, desde que o conteúdo oferecido ao público respeite as normas da instituição. Saiba mais no Diário Eletrônico OAB
Sendo assim, não há impedimento para que os advogados utilizem as redes sociais para divulgar seu escritório e os serviços prestados. Desde que os artigos e normas sejam seguidos e respeitados, a propaganda pode, sim, ser feita sem problemas.
Os Códigos de Ética da OAB, assim como os provimentos que falam exclusivamente sobre a publicidade na advocacia, não só esclarecem sobre como o marketing jurídico deve ser, mas também indica as práticas proibidas. Além de prezar pela discrição e sobriedade, o advogado não pode ter a finalidade de captar clientela e nem mercantilizar a profissão.
Segundo a OAB, escritórios de advocacia e advogados podem fazer uma comunicação nas redes socias “sóbria, discreta e informativa (…) destinada a levar ao conhecimento do público conteúdos jurídicos”. A seguir alguns exemplos úteis de postagens:
O Facebook, a maior rede social do mundo, é também a mais polêmica e a que exige mais cuidado e planejamento por parte dos escritórios de advocacia e advogados. No Facebook, é relativamente fácil conseguir fãs e cliques, mas tal facilidade vem acompanhada de um preço: a perda de foco. Nos níveis exigidos por advogados, é muito difícil segmentar a audiência e falar com as pessoas certas.
O Facebook pode ser útil para falar com públicos mais amplos, já que permite alcançar um grande número de pessoas com relativa facilidade. Divulgar o seu programa de estágio para milhares de estudantes de Direito, por exemplo, é uma ação que poderá gerar resultados no Facebook.
Prós e contras do Facebook para escritórios de advocacia e advogados
É a rede social com maior número de usuários no Brasil, cerca de 130 milhões.
É relativamente fácil construir uma audiência e fazê-la crescer.
É muito útil para falar com públicos mais amplos como estudantes de Direito.
Pode ser usado como um gerador de tráfego para o seu site.
Não tenho equipe ou disponibilidade para responder comentários e mensagens.
Estou preocupado com a possibilidade de minha marca poder ser afetada negativamente por estar no Facebook. Expor-se no Facebook abre caminho para receber críticas além de elogios.
Não tenho clareza em relação ao público que quero atingir no Facebook.
O Twitter não divulga dados oficiais sobre a sua audiência no Brasil, mas estima-se que ela tenha ao redor de 15 milhões de usuários. Apesar de menor, o Twitter costuma ser frequentado por pessoas mais influentes, como jornalistas e blogueiros.
É uma ferramenta poderosa para falar de eventos em tempo real, por exemplo, e privilegia o contato direto com a audiência. Outra característica positiva do Twitter é a possibilidade de atuar também como um curador de conteúdo no perfil do seu escritório de advocacia.
Por outro lado, para estabelecer uma estratégia bem-sucedida no Twitter, é necessário mais atenção e jogo de cintura, já que o ideal é estar atento a comentários e menções para prover respostas rápidas. Prós e contras do Twitter para escritórios de advocacia e advogados
Público mais qualificado e influente do que no Facebook.
Promove mais interação e possibilidade de construir relacionamentos com o público.
Usuários mais engajados e interessados.
Útil para falar com públicos em outros países, principalmente EUA, onde está a maior audiência.
Pode ser usado como um gerador de tráfego para o seu site.
Não tenho equipe ou disponibilidade para responder mensagens e interagir.
Não tenho conteúdo para realizar múltiplas postagens por dia.
Quem administra o perfil precisa de agilidade para responder rápido em nome do escritório.
Não tenho clareza em relação ao público que quero atingir no Twitter.
Enquanto redes sociais como o Facebook registraram queda progressiva no seu alcance nos últimos anos e, consequentemente, redução na interação dos usuários com o conteúdo publicado, o Instagram permanece como líder no quesito de engajamento entre as principais plataformas. A rede conta com mais de 1 bilhão de usuários ativos pelo mundo e público mais jovem.
Dito isso, escritórios de advocacia e advogados precisam avaliar com atenção as vantagens e desvantagens da rede antes de criar um perfil oficial no Instagram. Enquanto em plataformas como Facebook e Twitter é possível divulgar conteúdos de diversos formatos com relativo sucesso, para obter êxito no Instagram, é preciso um pouco mais de planejamento para definir com antecedência que tipo de imagens e vídeos serão publicados.
Prós e contras do Instagram para escritórios de advocacia e advogados
É a rede com o maior engajamento entre os principais canais sociais.
Conta com um público mais jovem que o Facebook e Twitter.
Pode ajudar a projetar uma imagem de modernidade.
Pode ser muito útil para destacar a cultura interna e os valores do seu escritório.
Pode ser muito mais útil do que outras redes para engajar sua equipe.
Não tenho como produzir imagens de qualidade para publicar.
Não quero expor meus sócios e equipe, sua rotina ou ambiente de trabalho.
Estou preocupado com o fato de minha marca poder ser afetada negativamente por estar no Instagram.
Não tenho clareza em relação ao público que quero atingir no Instagram.
Com mais de 40 milhões de usuários no Brasil, o LinkedIn é uma rede voltada para profissionais que querem compartilhar conteúdos relacionados à sua área de atuação, buscar recolocação e se relacionar com outras pessoas e empresas de áreas correlatas. A audiência da rede é altamente qualificada e é possível identificar imediatamente os cargos e empresas de quem está interagindo com seus conteúdos. Por essas razões, é altamente recomendado que advogados mantenham um perfil atualizado e completo na rede.
O LinkedIn permite a criação de perfis para profissionais e páginas para empresas, que podem publicar conteúdos e vincular os seus sócios e colaboradores. A rede composta pela página do seu escritório de advocacia e pelos advogados é uma ferramenta poderosa para distribuir conteúdos e engajar pessoas interessadas na sua área de atuação.
Prós e contras do LinkedIn para escritórios de advocacia e advogados
Rede profissional onde o propósito é falar sobre negócios.
Facilidade de segmentar públicos por atuação profissional e cargos.
Grupos de discussão focados e bastante úteis para divulgar conteúdos profissionais.
Pode ser usado como um gerador de tráfego para o seu site.
Nem todos os contatos que você fizer no LinkedIn serão proveitosos. Muitas outras pessoas e empresas também usam a rede para fazer marketing e vender produtos e serviços.
Se a sua estratégia de marketing jurídico prevê a produção de vídeos originais com alguma regularidade, o YouTube é a primeira (e provavelmente a única) rede social para vídeos com a qual você precisa se preocupar. Com quase 2 bilhões de usuários mensais em todo o mundo, é, de longe, a maior rede para conteúdo em vídeo.
Caso a produção de vídeos não seja uma prioridade para seu escritório de advocacia, é importante avaliar se faz sentido criar um canal no YouTube. Existem muitas outras plataformas para distribuir conteúdos esporádicos em vídeo ou fazer transmissões ao vivo de forma eficiente, incluindo o Facebook e o seu site, e manter um canal que não é atualizado pode gerar uma má impressão.
Prós e contras do YouTube para escritórios de advocacia e advogados
Principal rede para divulgar conteúdos em vídeo.
Muito útil para materiais educativos, treinamentos e conteúdos similares.
Pode ser utilizada como uma plataforma para transmissões ao vivo.
O YouTube é o segundo buscador mais popular da internet, atrás apenas do Google.
Não produzo vídeos com regularidade.
Não tenho recursos para produzir vídeos de qualidade.
Preciso de um lugar para publicar entrevistas e aparições na TV.
Em último lugar na nossa lista, o Jusbrasil é um site jurídico que também funciona como uma rede social. Por ele, os advogados podem publicar seus artigos, assim como seria em um blog de site, interagir com outros colegas de profissão, ao mesmo tempo em que podem ser encontrados pelos seus futuros clientes.
Os conteúdos publicados no Jusbrasil podem ser bem amplos. O advogado cadastrado no site pode divulgar artigos bem completos, buscando atingir não apenas clientes, mas também outros profissionais da mesma área, como estudantes e iniciantes.
Dessa forma, é possível se tornar uma referência para os dois públicos – o público leigo e o público formado por advogados. A essência no compartilhar de conteúdos é a mesma presente nas demais redes sociais: o material deve ser autêntico e relevante para o leitor, de acordo com as atividades do seu escritório e com suas especialidades, com nenhum resquício de superficialidade.