Park Office | 16 de março de 2016
Empreendedorismo
Enquanto uns sofrem com a crise, outros a contornam. Descubra como!
A economia brasileira não anda bem. O desemprego e a inflação têm aumentado, e as vendas em muitos setores estão caindo. Para se ter uma ideia, uma projeção feita pela ONU indica que o país terá uma retração de 1,5% do seu PIB em 2015. Portanto, não vivemos um cenário muito animador para o pequeno e médio empresário, certo? Não é bem assim.
Assim como muitas empresas nacionais estão perdendo dinheiro, outras tantas têm conseguido crescer, e até dobrar seu faturamento, mesmo neste período de crise. As estratégias delas incluem renegociar preços com seus fornecedores, diversificar produtos e investir em marketing, em um movimento contrário ao da maioria do mercado.
Veja 10 negócios que estão crescendo mesmo com a crise, e quais as estratégias de cada um para conseguir.
1. BFX
Empresa que presta assessoria para outras empresas que querem exportar seus produtos, principalmente no ramo de autopeças. Os 4 colaboradores pretendem levar a empresa a um novo patamar, com aumento de 35% no faturamento das exportações de 2015 em relação ao ano passado.
Estratégias para crescer na crise: “A alta do dólar aumenta a competitividade dos produtos brasileiros frente à concorrência que sofremos de outros países no mercado internacional”, explica a diretora de negócios da empresa, Camilla França. “A BFX nunca teve tanta procura como neste ano de 2015, uma vez que o consumo do mercado interno está estagnado. Como a produção para o mercado interno fica ociosa, a ideia é ocupar o espaço vazio atuando de forma mais incisiva no mercado externo”, afirma.
2. CLEAR CLEAN
Rede de microfranquias de serviços de limpeza residencial e comercial. A empresa nasceu em abril 2013 depois de uma viagem de um dos fundadores para a Europa, quando ele conheceu o serviço. A empresa teve grande procura logo no início, e por isso os sócios Clovis Campos e Douglas Barbosa decidiram franquear o modelo de negócio.
Hoje, a rede possui 17 franquias em funcionamento e 3 que serão inauguradas até setembro de 2015. No ano passado, o faturamento da empresa foi de 1,3 milhão de reais. Para este ano, a expectativa é crescer e alcançar 4 milhões – aumento que se deve também ao número de unidades abertas este ano (foram oito) e às que ainda serão inauguradas ao longo deste semestre.
Estratégias: A Clear Clean tem aproveitado a repercussão causada pela PEC das Domésticas, que tem gerado oportunidades para empresas do setor de limpeza. Além disso, investe em novos serviços, como o de limpeza e impermeabilização de estofados e limpeza carpetes.
Para o franqueado: O investimento necessário para abrir uma franquia Clear Clean é de 25,5 mil a 61 mil reais. O prazo de retorno do investimento é de 12 a 24 meses.
3. ESPETINHOS MIMI
A rede tem 70 unidades em funcionamento, presentes em 12 estados – mais 13 para inaugurar. E conta com a tradição dos 45 anos no mercado de churrascos de palito para alavancar o faturamento em 15% esse ano (em 2014, o grupo faturou cerca de 70 milhões de reais).
Estratégias: Num cenário de crise, a rede tem apostado nas modalidades de franquia que requerem um investimento menor, como o modelo Express e Empório que precisam de um investimento de R$35 mil, e o carrinho, com investimento de R$45 mil. A ideia é que esses modelos possam aproveitar grandes eventos, como Rock in Rio e Olimpíadas.
Para o franqueado: O investimento inicial para abrir uma franquia vai de 30 mil a 350 mil reais, dependendo do modelo escolhido. O prazo de retorno é em média de 24 a 26 meses.
4. FLORES ONLINE
Fundada em 1998, a Flores Online afirma ser o primeiro e-commerce de flores e presentes do país. A empresa, que tem 90 funcionários, faturou 40 milhões em 2014 e espera crescer 25% em 2015.
Estratégias: Para enfrentar esse momento, a empresa investe na diversificação de mercados. Além das vendas diretas para pessoas físicas, a empresa aposta agora no mercado corporativo, com kits personalizados e exclusivos para empresas em datas comemorativas. Outra nova modalidade é o AdSales, com kits que misturam flores e presentes com itens de marcas como Air Wick, Johnnie Walker.
“A Flores Online tem apostado nas vendas corporativas e na diversificação do portfólio. A ideia é oferecer ao cliente uma variedade de presentes diferenciados e de bom gosto, mas com um preço acessível neste período de crise”, afirma Carlos Miranda, CEO da Flores Online.
5. INNOVAPHARMA
Com base em Goiânia, a empresa multinacional atua no setor de beleza, com produtos contra rugas e marcas de expressão. A marca afirma que, ao contrário de outros segmentos, o mercado de beleza tem crescido apesar da crise. Para aproveitar este momento, a empresa planeja investir mais de R$ 10 milhões no Brasil em 2015. O investimento vai para busca de novos mercados, ações de marketing e participação em eventos internacionais.
Conta com 250 funcionários ativos e crescimento de 48% no faturamento, totalizando 15 milhões de reais. Para este ano, a expectativa é alcançar os R$ 20 milhões de reais.
Estratégias: Como já está consolidada na dermatologia e na medicina estética, uma das estratégias para crescer é aumentar a participação na cirurgia plástica e entrar em novos mercados, como o da ginecologia (rejuvenescimento íntimo) e da odontologia (preenchimento facial do terço inferior da face), além do lançamento de novos produtos.
6. JUST DIGITAL
A empresa é parceira do Google e presta serviços de gestão de informação e conteúdo, conta com 60 colaboradores e um faturamento de 7 milhões de reais em 2014. Além disso, espera crescer para 10 milhões de reais em 2015.
Estratégias: Na contramão de outras empresas, que estão demitindo funcionários neste período, a empresa aposta na manutenção da equipe. A ideia é sair na frente quando a crise passar. Neste período, a estratégia tem sido reestruturar algumas áreas, estudar novos produtos para incorporar ao portfólio e apostar em ações de marketing.
“Quando a crise passar, estaremos ainda mais prontos e na frente de empresas que terão que reforçar seus times e adaptar seus processos. Além disso, sabemos que os produtos com que trabalhamos podem gerar economia para as empresas”, afirma o CEO da empresa, Rafael Cichini.
7. MERCADÃO DOS ÓCULOS
A empresa é uma franquia de óculos voltada para classes C e D. O dono do negócio, Celso Silva, começou no setor há 20 anos, com uma ótica comum: com armações de grife e preços salgados. Com o tempo, porém, percebeu o potencial que teria um negócio com produtos mais baratos. Hoje, o Mercadão vende óculos a partir de R$ 19,90.
A rede tem hoje 44 unidades abertas e em funcionamento; a meta de expansão deste ano é para 70 unidades. Faturou 10 milhões de reais no ano passado e, para este ano, a expectativa é triplicar, com previsão de faturamento de 30 milhões de reais.
Estratégias: a rede afirma que investe em preço justo, variedade de produtos, treinamento da equipe de vendas e marketing segmentado.
Para o franqueado: O investimento inicial da rede é entre R$ 80.000 a R$ 120.000 e o prazo de retorno é de 12 a 24 meses.
8. PERKY
Empresa gaúcha que vende alpargatas, criada pelo casal Rodrigo Casas e Gabriella Giovanini. A Perky tem pontos de venda em várias partes do país e exporta seus modelos de alpargatas para Europa, Ásia e Oceania.
Em 2014, tiveram um faturamento de 11 milhões de reais, um crescimento de quase 300% em relação a 2013. Para 2015, a expectativa é crescer 70% e chegar aos 18 milhões de reais.
Estratégias: “Para crescer na crise, a Perky está com novos projetos, como um e-commerce próprio e uma fábrica própria de acessórios, o que vai nos ajudar a diversificar produtos. Também estamos montando um projeto de exportação, para não depender só do Brasil. O objetivo é construir vários negócios ao redor da Perky para aumentar o faturamento da empresa”, afirma o CEO da marca, Rodrigo Casas.
9. PRINTI
A Printi é uma gráfica online, criada no Brasil por dois alemães, os Empreendedores Endeavor Mate Pencz e Florian Hagenbuch. A empresa afirma que se destaca pela praticidade e baixo custo para o consumidor.
Com cerca de 80 funcionários e faturamento de 12 milhões de reais (2014), as expectativas de expansão são otimistas esse ano. O time deve contar com 130 funcionários e faturar 30 milhões de reais em 2015.
Estratégias: Frente ao atual cenário, a gráfica limitou a variável de produtos e otimizou seu processo de produção. Outro ponto são os preços competitivos. “Os consumidores vêm sofrendo com a diminuição do orçamento e com número de impressões menores, o que faz com que as gráficas tradicionais não se tornem atraentes, pois possuem um mínimo na quantidade e valores que só se tornam bons com um número alto de demanda. A Printi não possui esse minimo e consegue ser forte quando a quantidade de impressões é menor”, afirma Mate Pencz, cofundador da empresa.
10. RAPIDDO
Plataforma na internet que oferece o serviço de entregas rápidas. A empresa atua nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Campinas. Mensalmente, são realizadas 30 mil entregas.
O Rapiddo que tem 50 funcionários, atua num modelo com entregadores em nuvem, fazendo com que o cliente seja atendido pelo entregador mais próximo. Os pedidos e o pagamento são feitos online, e o cliente pode acompanhar o pedido em tempo real. Para iniciar seu desenvolvimento, a empresa recebeu aporte de 5 milhões de reais da Movile.
Em 2014, o faturamento da empresa foi de 1,2 milhão de reais. Para este ano, a expectativa é faturar cinco vezes mais e chegar à marca de 6 milhões.
Estratégias: Num cenário de crise e contenção de gastos, o Rapiddo diz buscar preços competitivos, garantindo a qualidade. Além disso, a empresa investiu na diversificação de produtos: criou um aplicativo para ser usado por empresas de entrega e criou ainda a possiblidade de seu serviço ser usado por e-commerces, permitindo uma entrega mais rápida para esses clientes, explica o CEO Guilherme Bonifácio.
Artigo adaptado da Exame.com
Publicado em: Endeavor